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Crítica | Entre Montanhas Um Caos de Gêneros que Deixa Anya Taylor-Joy e Miles Teller Perdidos!

O novo filme de Scott Derrickson, Entre Montanhas, tenta ser tudo ao mesmo tempo: suspense, comédia romântica, terror e ação. Mas será que misturar tantos estilos foi uma boa ideia? A resposta é um sonoro “não”. Se você espera um passeio emocionante por diferentes mundos cinematográficos, como em Parasita, prepare-se para uma decepção.

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Entre Montanhas tropeça feio, se perde em suas próprias ambições e acaba enterrando o talento de Anya Taylor-Joy e Miles Teller em um desfiladeiro de confusão.

Um Diretor Perdido: Derrickson Não Sabe o Que Quer com Esse Filme

Scott Derrickson, conhecido por seus filmes de terror sensíveis e inteligentes, parece ter se aventurado em território desconhecido com Entre Montanhas. Baseado no roteiro de Zach Dean, o filme dá a impressão de que o diretor não leu o script até o fim antes de começar a filmar.

Ele troca de gênero tão rápido que fica difícil acompanhar – e mais difícil ainda é acreditar que ele está no controle. De um momento para o outro, o filme pula de um thriller de operações secretas para uma comédia romântica boba, deixando o público confuso e o elenco tentando salvar o que pode.

Os dois protagonistas, Miles Teller e Anya Taylor-Joy, são atores talentosos e tentam criar uma conexão emocional para segurar a história. Mas o roteiro expositivo e a fotografia sem inspiração acabam sabotando seus esforços. Eles são como âncoras em um navio à deriva, lutando para manter o filme à tona, mas sem sucesso.

A trama começa com uma ideia interessante. Miles Teller interpreta um atirador americano que não se encaixa na sociedade, enquanto Anya Taylor-Joy é uma atiradora bielorrussa que aceita uma missão para escapar dos problemas, como a doença do pai. Os dois são enviados para torres isoladas em lados opostos de um desfiladeiro envolto em névoa, com ordens claras de ignorar um ao outro. A distância entre eles cria uma tensão inicial, lembrando filmes como Círculo de Fogo (2001), mas com um clima mais sombrio.

No início, tudo segue as regras: eles patrulham, ficam em silêncio e cumprem suas tarefas. Mas, depois de um confronto tenso com algo misterioso vindo das profundezas do desfiladeiro, a dinâmica muda. Eles começam a se comunicar, escrevendo mensagens em cartazes, num momento que tenta ser cômico e romântico ao mesmo tempo – como se fosse um clipe da Taylor Swift. Só que essa virada soa forçada e tira o filme do trilho.

De Romance para Terror: Uma Bagunça que Não Funciona

A partir daí, Entre Montanhas mergulha de cabeça no terror e na ação, abandonando qualquer coerência. Os dois protagonistas decidem se encontrar, o que, claro, dá errado e desencadeia uma série de eventos caóticos. Cenários artificiais e uma falta de criatividade nas cenas do desfiladeiro tornam tudo ainda pior. Derrickson parece perdido, tentando juntar peças que não se encaixam, como se o filme fosse uma montanha-russa quebrada, com mais descidas do que subidas.

Haveria potencial se o filme soubesse abraçar sua mistura de gêneros ou, pelo menos, criar uma lógica cinematográfica para tanta variação. Mas, em vez disso, ele opta pelos caminhos mais óbvios e menos interessantes, desperdiçando uma premissa que poderia explorar ficção científica, fantasia e suspense de forma inteligente.

Momentos de Brilho, Mas Poucos: O Talento de Anya e Miles Salva Algumas Cenas

Nem tudo é um desastre. Há momentos em que Derrickson recorre ao seu conhecimento de terror e entrega sequências legais, especialmente no terceiro ato, quando os protagonistas enfrentam ameaças vindas das profundezas. A primeira luta contra o mistério do desfiladeiro é empolgante e mostra o que o filme poderia ter sido.

Anya Taylor-Joy brilha mais do que Miles Teller, mostrando carisma e presença, mesmo com um roteiro fraco. Os dois não têm muita química, mas, quando Derrickson dá espaço para eles atuarem, o filme solta algumas faíscas. Ainda assim, esses momentos são raros e insuficientes para salvar a experiência como um todo.

Final Previsível e Viradas Tonais que Não Impressionam

No final, as reviravoltas narrativas são quase irrelevantes. Os twists finais não chocam tanto quanto as mudanças constantes de tom, que parecem mais um problema do que uma escolha artística. Entre Montanhas tinha tudo para ser um filme memorável, mas acaba como uma bagunça frustrante, com mais promessas do que entregas.

Se você busca um filme que mistura gêneros de forma criativa, procure outro. Entre Montanhas é uma tentativa ambiciosa, mas desajeitada, que deixa Anya Taylor-Joy e Miles Teller lutando contra um roteiro confuso e uma direção perdida. Uma pena, porque o potencial estava lá – só que ficou enterrado no mesmo desfiladeiro que o filme tenta explorar.

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Tharlyn Pierre
Publicitário e um verdadeiro entusiasmado por filmes e séries, decidi transformar minha paixão em algo compartilhado. Dessa ideia nasceu a Comunidade On-line Filme Comentado, um espaço dedicado a mergulhar nas críticas, resenhas e novidades do cenário cinematográfico global e nacional.
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