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Crítica | A Cor Púrpura: Uma Jornada Musical que Encanta e Emociona

Na trama envolvente de “A Cor Púrpura“, somos transportados para os anos 20, no sul dos Estados Unidos, onde Celie (Fantasia Barrino), uma mulher negra, enfrenta os desafios de sua época. Esta história, inspirada no romance premiado com o Pulitzer de Alice Walker e na adaptação de Steven Spielberg em 1985, recebe agora uma nova roupagem musical sob a direção de Blitz Bazawule.

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A versão de Spielberg, conhecida por sua abordagem visual sofisticada e pela minimização de aspectos adultos, como violência doméstica e lesbianismo, é a inspiração evidente para esta produção musical. Bazawule, estreando como diretor, escolhe iniciar a narrativa nas deslumbrantes paisagens da Geórgia, distanciando-se dos campos verdes retratados por Spielberg.

A trama segue Celie, interpretada brilhantemente por Barrino, uma mulher oprimida pelo abusivo Senhor (Colman Domingo). Contudo, a força para enfrentar a opressão surge nas relações de Celie com duas mulheres fundamentais em sua vida: Shug Avery (Taraji P. Henson), a cantora de blues e verdadeiro amor do Senhor, e Sofia (Danielle Brooks), uma mulher assertiva.

Ao se aproximar do romance de Walker em incidentes, a produção cativa pela exuberância, beleza e comoção. O relacionamento Celie-Shug, embora casto, mantém a profundidade emocional, enquanto a trama de Sofia é apresentada de forma impactante, mesmo com a ausência de brutalidade em certos cenários dramáticos.

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Bazawule, conhecido por sua contribuição no álbum visual “Black Is King” de Beyoncé, demonstra seu talento musical em momentos destacados, como ‘Opening/Mysterious Ways‘, um envolvente banger gospel, repleto de figurinos codificados por cores. A direção visual dinâmica e toques mágico-realistas, onde fotografias e cartas ganham vida, elevam a experiência do espectador.

A Cor Púrpura: Uma Releitura Musical e Emocionante

O elenco tríplice é notável, com Henson brilhando como Shug e Brooks trazendo força a Sofia sem cair em caricaturas. No entanto, o momento crucial é de Barrino, que, assim como Whoopi Goldberg em 1985, captura magistralmente o crescimento de Celie da servidão à consciência. Seu desempenho em ‘I’m Here‘ é um ponto alto, destacando-se pela sensibilidade e poder emocional.

Apesar de uma versão higienizada em relação ao filme de Spielberg e à obra de Walker, as sequências musicais e o elenco de primeira linha garantem uma experiência que arranca sorrisos e lágrimas até os créditos finais.

A jornada de Celie e suas conexões com Shug Avery e Sofia deixam uma marca duradoura. A mensagem de resistência, amor próprio e crescimento pessoal ressoa de maneira profunda. “A Cor Púrpura” é mais que um musical; é uma celebração da resiliência humana.

Com sua harmonia entre elementos visuais, performances estelares e uma trilha sonora envolvente, “A Cor Púrpura” não é apenas uma adaptação, mas uma reinterpretação emocionante que enriquece a obra original. Esta produção promete ecoar nas memórias, transmitindo as palavras vibrantes de Alice Walker para as gerações futuras.

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Lucas Diniz
Meu nome é Lucas Diniz e sou apaixonado por cinema. Assisto filmes analisando diversos aspectos, como narrativa, atuação, direção, roteiro, trilha sonora e efeitos visuais. Compartilho resenhas descontraídas e divertidas, adicionando bom humor e sarcasmo. Exploro lançamentos e clássicos, prontos para rir, chorar e me apaixonar pelo mundo do cinema!
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