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Oppenheimer (2023): Uma Narrativa Histórica Ambiciosa com Altos e Baixos

Como cinéfilo e entusiasta de filmes que exploram eventos históricos, estava ansioso para assistir “Oppenheimer”, dirigido por Christopher Nolan. A promessa de uma trama envolvendo o Projeto Manhattan e a criação da bomba atômica, juntamente com o talento do elenco e a reputação do diretor, me instigaram desde o anúncio do lançamento.

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No entanto, ao sair da sala de cinema, me vi em meio a um turbilhão de sentimentos contraditórios em relação a essa obra ambiciosa.Sem dúvida, o contexto histórico explorado por “Oppenheimer” é extremamente relevante e interessante.

Os questionamentos éticos e morais que permeiam a criação da bomba atômica são de grande importância para a compreensão do passado e as reflexões sobre o presente. Nesse aspecto, o filme acerta ao abordar de forma aprofundada o dilema enfrentado pelo físico J. Robert Oppenheimer, interpretado com maestria por Cillian Murphy.

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Fonte:  Universal Pictures 

A Força e o Desafio da Narrativa do contesto histórico

A forma como a narrativa foi construída tornou-se um desafio para mim como espectador. O filme possui quase três horas de duração, e em certos momentos, a sensação de arrastamento se torna notável. Diálogos longos e carregados de informações são despejados de forma quase implacável, dificultando o processo de assimilação e engajamento com a trama. A quantidade de personagens apresentados também pode ser confusa, deixando muitos deles sem o devido contexto para entender sua relevância na história.

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A Trilha Sonora e a Falta de Consequências

Outro aspecto que me chamou a atenção foi a trilha sonora. Infelizmente, em alguns momentos, ela se tornou tão evidente que parecia ter a única função de evitar que o público caísse no sono. Enquanto os sons de bombas e explosões eram enfatizados, as consequências reais da bomba atômica foram apenas mencionadas superficialmente nos diálogos. Isso me incomodou profundamente, pois ao utilizar recursos sonoros tão marcantes, eu esperava que o filme se aprofundasse nas consequências devastadoras desse acontecimento histórico.

A Centralidade do Personagem Oppenheimer

Uma das questões que gerou opiniões divergentes é o enfoque no protagonista, J. Robert Oppenheimer. O filme parece girar em torno de sua jornada pessoal, especialmente sua suposta posição comunista e a forma como ele encara suas escolhas. Embora a complexidade do personagem seja abordada de maneira brilhante por Cillian Murphy, alguns podem considerar que a trama tenha se concentrado demais em um único indivíduo, negligenciando outras facetas importantes da história.

Uma Mea Culpa Questionável

Outro ponto de discordância é a forma como o filme apresenta a mea culpa de Oppenheimer. A construção dessa redenção pode ser vista como superficial e pouco convincente por alguns espectadores, já que a motivação por trás de sua mudança de perspectiva não é abordada de maneira satisfatória. A sensação de que o filme tenta justificar suas ações em vez de explorar as consequências do projeto pode deixar algumas questões em aberto.

Fonte:  Universal Pictures 

Conclusão: Excelente filme, possivelmente será indicado ao ao Oscar

“Oppenheimer” é, sem dúvida, uma produção cinematográfica ambiciosa que divide opiniões. A relevância histórica do tema, aliada à atuação brilhante de Cillian Murphy e ao talento de Christopher Nolan como diretor, são pontos fortes que enriquecem a experiência do filme. No entanto, a lentidão da narrativa, os diálogos densos e a falta de aprofundamento nas consequências da bomba atômica podem ser considerados pontos fracos da obra.

Para quem busca uma narrativa histórica desafiadora e está disposto a enfrentar os desafios apresentados pela trama, “Oppenheimer” pode ser uma experiência valiosa. Contudo, para aqueles que preferem um filme mais ágil e conciso, a longa duração e a abordagem seletiva dos acontecimentos podem tornar essa obra menos atraente.

Em última análise, “Oppenheimer” é um filme que instiga o espectador a refletir sobre questões profundas e complexas, como a ética na ciência, o papel do indivíduo em meio a grandes acontecimentos históricos e as implicações de decisões tomadas em momentos cruciais da humanidade.


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Apesar das críticas que apresentei em relação à narrativa, não posso deixar de reconhecer os méritos do filme. A atuação de Cillian Murphy como J. Robert Oppenheimer é impressionante, transmitindo com maestria as angústias e dilemas enfrentados pelo físico durante sua jornada. O elenco como um todo entregou performances sólidas, dando vida a personagens complexos e multifacetados.

A direção de Christopher Nolan é, como sempre, digna de elogios. Sua habilidade em criar sequências visuais poderosas e sua visão artística são evidentes em cada cena do filme. A fotografia e o design de produção também merecem destaque, transportando o público para a atmosfera da época e recriando de forma impressionante os cenários da Segunda Guerra Mundial.

Além disso, o filme aborda temas que vão além do contexto histórico. Ele nos faz refletir sobre a responsabilidade humana diante dos avanços tecnológicos e científicos, levantando questões éticas sobre o desenvolvimento de armas de destruição em massa e o uso responsável da ciência para o bem da humanidade.

A centralidade do personagem Oppenheimer pode ser vista como uma escolha consciente do diretor para trazer um olhar mais intimista sobre os acontecimentos históricos. Ao focar na perspectiva de um dos principais envolvidos no projeto da bomba atômica, o filme nos permite acompanhar a evolução de suas convicções e dilemas pessoais, humanizando uma figura histórica complexa.

“Oppenheimer” também nos convida a questionar a ideia de que as decisões tomadas em momentos de crise são justificáveis, mesmo que tenham consequências devastadoras. Através da jornada de Oppenheimer, somos confrontados com a responsabilidade individual e coletiva de nossas ações, especialmente quando estas têm impacto global.

Recomendo “Oppenheimer” para aqueles que apreciam filmes históricos e estão dispostos a se envolver em uma narrativa reflexiva e profunda. Para os fãs do diretor Christopher Nolan, o filme certamente proporcionará uma experiência visual e temática característica de suas obras. No entanto, para aqueles que preferem filmes mais dinâmicos e diretos, pode ser necessário estar preparado para o ritmo mais contemplativo desta obra.

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Lucas Diniz
Meu nome é Lucas Diniz e sou apaixonado por cinema. Assisto filmes analisando diversos aspectos, como narrativa, atuação, direção, roteiro, trilha sonora e efeitos visuais. Compartilho resenhas descontraídas e divertidas, adicionando bom humor e sarcasmo. Exploro lançamentos e clássicos, prontos para rir, chorar e me apaixonar pelo mundo do cinema!
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